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Esqueci-me que existias

 

Sabes quando dizem que o tempo cura tudo? Não sei se é mesmo assim, mas confirmo que o tempo ajuda. Foram muitos dias de puro inverno, sem um raio de sol, em que todas as músicas de amor me lembravam de ti. As boas e as más. Estavas em todo o lado e parecia impossível alguma vez desapareceres da minha cabeça. Lembrava-me de ti mesmo já não te querendo. E que irritante que isso era. Quando a cabeça não parecia conseguir estabelecer ligação com o coração e todos os dias eram de inverno. Embora já não procurasse o teu nome, por vezes ainda aparecias e destabilizavas-me. E o pior era saber que as saudades que tinha eram de uma pessoa que nunca existiu em lado nenhum que não a minha cabeça. Do potencial que desenhei para ti e que tu, francamente, nunca chegaste sequer perto. Não consigo dizer quando é que tudo mudou. Mas, quando dei por mim, esqueci-me que existias. E foi libertador. As músicas de amor já não me lembravam de ti. Já não era em ti que pensava quando lia poesia. A tua story aparecer já não me incomodava. A Noite Estrelada já não me causava dor. 
Foi de repente, mas não foi. Demorou demasiado. Partiste-me demasiado. Mais do que eu alguma vez pensei. 
Mais do que eu merecia. Mais do que tu merecias.

Coragem suficiente para confiar


Querido futuro marido,

Quero que saibas que nunca desisti de ti. Nem quando os meus momentos mais tristes e sombrios me fizeram duvidar de tudo à minha volta (inclusive de mim própria). Ao longo da minha vida, encontrei-te várias vezes nos livros que lia e nos filmes que via. Apaixonei-me inúmeras vezes por personagens que não eram reais. Por personagens masculinas escritas por mulheres. Sentia-me uma completa idiota. Aquelas pessoas não existiam. Mas que imbecil é que se apaixona por personagens fictícias? Mas elas tinham pedacinhos que eu acreditava que te pertenciam a ti. Pedacinhos que eu sabia que te pertenciam a ti. Nas noites mais solitárias, era esse o meu refúgio. E agarrei-me a esses pedacinhos de ti com todas as minhas forças.
Um dia ouvi uma frase que dizia “Tem coragem suficiente para confiar no amor mais uma vez e sempre mais uma vez”. Quando o que mais me apetece é desistir, esta frase é o meu chão. Posso ser cobarde em muitos cenários, mas recuso-me a não ter coragem para amar.
Não sei se já te conheço, se já me cruzei contigo, ou sequer se já te amei. Mas sei que te vou (re)encontrar. E que te vou amar. E, aí, tudo fará sentido. Porque eu me atrevi a ter coragem para confiar no amor. A ter coragem para confiar no amor mais uma vez e sempre mais uma vez.
Porque eu nunca desisti de ti.

Tua

Aprender a não te amar


Aprender a não te amar demorou-me mais de um ano. Tentar esquecer-me dos gostos peculiares que tínhamos em comum e que mais ninguém tem. Tentar esquecer-me das maratonas de filmes que vimos juntos, mesmo estando a centenas de quilómetros de distância. Tentar esquecer-me do que sentia só de receber uma mensagem tua, sabendo que muitas vezes tínhamos os horários trocados. Tentar esquecer-me das noitadas que fiz só para falar contigo, mesmo tendo de acordar uma ou duas horas a seguir. Tentar esquecer-me da primeira vez que a tua mensagem veio com um coração. Tentar esquecer-me dos dias de Outono que passámos agarrados debaixo dos lençóis e perdemos a noção do tempo. Tentar esquecer-me de quando mudei o teu nome no meu telemóvel. E de quando o mudei de volta. Aprender a não te amar demorou-me mais de um ano, mas pareceu que a ti te demorou segundos. Tentar esquecer-me do quão ridícula me senti por me apaixonar por alguém que nunca foi meu. Acho que já me tinhas deixado ir da última vez que me deixaste ir. Mas não me avisaste. Tentar esquecer-me que, naquele momento, já sabias e não tiveste coragem de mo dizer. Tentar esquecer-me que sorriste, me beijaste, e disseste 'até sexta-feira'. Mas a sexta-feira nunca chegou. Tentar esquecer-me que, naquele último beijo, eu não sabia que a sexta-feira nunca ia chegar. Tentar esquecer-me que tu sabias.  
Aprender a não te amar demorou-me mais de um ano. Às vezes acho que ainda estou a aprender.

48 horas depois


Estamos exactamente a 290 quilómetros de distância a pé. Hoje foi apenas mais uma segunda-feira para a maioria das pessoas no planeta. Mas para algumas foi o dia em que um filho nasceu, o dia em que se casaram, o dia em que foram promovidas, o dia em que adoptaram um cão, o dia em que perderam a virgindade, o dia em que disseram "Amo-te" pela primeira vez. Para mim foi o fim de um grande ciclo. O fim de mais de três anos longe de tudo o que me é familiar, completamente fora da minha zona de conforto e em que precisei de ser a versão mais corajosa de mim. Todos os fins precedem um novo início, e a mim espera-me uma aventura épica, uma aventura pela qual esperei a vida toda e que sabia que iria acontecer. Uma aventura que me deixa de lágrimas nos olhos a pensar como é que aqui cheguei. Mas vai ser uma aventura sem ti. Rumei a sul precisamente 48 horas depois de te ter conhecido e aqui estou eu, na minha nova cidade, na minha nova cama, a 290 quilómetros de distância, a pensar em ti. Com plena consciência que tinha em breve um bilhete só de ida, tive de arriscar conhecer-te. Se não fosse agora, quando seria? Não gosto de viver a pensar no "e se?". Pensar nisso só nos deixa presos ao passado e destrói-nos o presente. Conheci-te e não consigo parar de pensar em ti desde que nos despedimos. Não me lembro da última vez que conheci alguém como tu. Ri-me toda a noite. Foi a primeira vez que tive uma conexão tão grande e em tão pouco tempo com alguém que não partilha da minha primeira língua ou cultura. Até hoje, eu pensava que não estava a conseguir conectar-me com outras pessoas por alguma barreira cultural, mas tu mostras-te que eu estava errada. Apenas tinham sido as pessoas erradas até hoje. Pensamos exactamente igual em assuntos importantes de como viver a vida e somos tão diferentes em temas superficiais como a música. E é uma combinação tão bonita. Partilhamos alguns sonhos como viajar, talvez um dia concretizemos algum em conjunto. Quem sabe. Não te beijei porque sabia que me poderia apaixonar. E que ridículo uma pessoa se embeiçar depois de umas horas com alguém. Mas eu sabia. E, mesmo assim, não me sais da cabeça.
Não sei se irei voltar a ver o teu olhar doce ou o teu toque suave, mas espero que sim. Espero que não tenha sido a última vez que te vi.

É melhor chorar o que foi feito


Disse-te um dia que preferia sofrer com saudades tuas do que nunca te ter tido na minha vida. Já não estás na minha vida, ainda choro pela tua ausência e o meu coração ainda dói quando me lembro de ti mas mantenho o que te disse naquela noite. Como diz a música, foste provavelmente o meu erro mais bonito. Choro, mas é melhor chorar o que foi feito. Tenho pena, muita pena. Ainda me lembro dos teus abraços quentes, dos teus beijos carinhosos, de acordar contigo a olhar para mim como se só eu existisse no mundo. E custa tanto. Este vazio dói-me na alma, dói como nunca senti na vida. Mas saio grata. Grata por te ter conhecido. Grata por em momentos me teres feito sentir adorada, mesmo que a nossa história tenha sido efémera. Grata por teres acordado algo em mim que eu já não sentia há muito tempo e que não pensei que fosse capaz de sentir novamente. Grata por teres percebido mais cedo que mais tarde. Grata por este desfecho me ter feito voltar a escrever. Sei que vai demorar até não procurar mais o teu nome online e também sei que quanto mais procuro mais longe esse dia está. É um ciclo vicioso, eu sei. Mas também sei que é uma questão de tempo, que um dia vou estar pronta para te largar porque já não te quero. Sinto saudade sim, tanta, mas já não te quero. Perdeste-me no dia em que me deixaste ir embora. No dia em que decidiste que não me teres na tua vida não era uma ideia absurda. No dia em que decidiste que eu não valia o esforço. E eu posso gostar muito de ti, mas gosto mais de mim. Sou mais do que a saudade de ti. Por isso olho para o amanhã com esperança. Esperança que um dia vou olhar para ti e não sentir mais do que carinho pelo que foi e o coração já não me doa. Esperança que o amor acontece todos os dias, a toda a hora, e eu só tenho que estar aberta a isso. E esperança de que, na próxima vez que ele aconteça, o meu coração já não esteja fechado por tua causa. 
O que é para ser meu está guardado para mim. E tu não eras.

Tenho saudades tuas


Tenho saudades tuas. Aprender a viver sem ti tem sido uma jornada mais difícil do que alguma vez antecipei porque tudo à minha volta me faz lembrar de ti. Deparei-me com uma realidade onde já não eras meu, mas na realidade nunca foste. Como é que se esquece um amor que nunca chegou a acontecer? Lembro-me de ti quando oiço a nossa playlist, quando revejo um filme que vimos juntos, quando passo de carro pela tua rua, quando chove lá fora e já não tenho a quem pedir um abraço… Só queria que me abraçasses e nunca me largasses. Que não me deixasses. Ainda quebro, às vezes, quando me lembro de ti e de todas as palavras que me disseste. Ainda tremo quando me lembro de estar deitada no teu peito e de ouvir o teu coração. Ainda deixo cair lágrimas quando me lembro de tudo aquilo que me prometeste mas não cumpriste. Porque decidiste que eu era um fardo na tua vida. Porque não estavas preparado. Não sei nem me interessa a real razão, interessa-me todas as coisas que me disseste para me fazer baixar a guarda só para me deixares sozinha. Tenho saudades tuas. Mudei o teu nome no meu telemóvel. Já não tem o emoji. Ainda não consegui apagar as mensagens, mas a tua conversa já não aparece no topo. Estou triste. Estava enganada. Um dia disse-te que eras saído de um romance, daqueles que li a vida toda e me fizeram acreditar no amor, mas estava enganada. E eu mereço alguém que não tenha dúvidas que eu sou uma mais valia na sua vida e não um fardo. Alguém que não faça promessas que não cumpra dois dias depois. Alguém que não tenha dúvidas que me quer e que vá all-in. Tenho saudades tuas. Mas eu mereço alguém que me ache demasiado importante para me perder. Alguém que não se vá embora.

Porque podia mais

Photo (No More Despair)
Toda a minha vida fui uma pessoa reservada, que não falava muito. Pelo menos é o que dizem sobre mim. A verdade é que nunca dei tudo de mim a toda a gente, a qualquer um. Acho que ninguém o deve fazer. Quando damos demais de nós, perdemos um pouco de nós. E que triste é quando nos olhamos no espelho e sentimos que não nos pertencemos por inteiro. Não acredito que haja maior desgosto do que quando perdemos o controlo sobre o que devia ser só nosso. É por isso que não vale o “deixa andar”, o “vai-se andando”, o “amanhã é outro dia”… Não vale, não pode valer, é anti-jogo. O momento em que deixamos andar é o momento em que deixamos de andar. Claro que amanhã é outro dia, mas será outro dia exactamente igual ao que foi hoje se não se fizer nada diferente. E se o teu dia de hoje foi uma merda, adivinha o que te espera… Não podemos deixar que o nosso futuro e o nosso destino estejam nas mãos de outros: de outra pessoa, de outro trabalho, de outra cidade. Se é preciso mudar, muda. Fecha os olhos e imagina onde te vês daqui a 5 anos. É onde estás? Óptimo! Não é? Muda. Fecha os olhos, cerra os punhos, range os dentes e vai. "E se der medo, vai com medo mesmo". Foi o que eu fiz. Lembrei-me da criança que um dia fui e de quando prometi a mim mesma que ia lutar pelos meus sonhos. É péssimo quando quebras promessas com outras pessoas, mas é doloroso quando quebras contigo próprio. Sempre fui ambiciosa e sempre quis muito, mas foi num dia aleatório que acordei e me apercebi que, mais do que saber que queria mais, eu podia mais. Eu merecia mais. E percebi que tinha de ser eu a arregaçar as mangas e a ir lutar por mim. E pelos meus que me trouxeram até aqui. Claro que não é fácil, ninguém disse que ia ser fácil. Um dia ouvi que “nada do que não faz o teu coração bater mais depressa vale a pena”. O medo faz o coração bater mais depressa. Mas se há coisa que ainda o faz mais é a coragem, a adrenalina de enfrentar os medos. 
Foi nesse dia que tudo mudou. Porque me apercebi que podia mais.

Do que nunca chegou a ser

É quase uma da manhã e, provavelmente, já tenho um copo a mais. Tenho saudades tuas. Tanta agitação à minha volta e um mundo lá fora por descobrir, mas só consigo pensar em ti. Só me apetece pensar em ti e em como o meu corpo tem saudade do teu. Do teu olhar, das tuas mãos, dos teus ombros, do teu cheiro. Saudades do que foi e do que nunca chegou a ser.

Olhas-me

pinterest↠ e_madruga
Vejo nos teus olhos o reflexo da minha alma. Sim, nos teus. Tu não me olhas como eu olho para uma pessoa aleatória no metro, tu olhas-me como eu olho para o mar. Olhas-me e procuras imensidão, profundidade, calma, paz. Olhas-me como se me conhecesses desde sempre, mas me quisesses voltar a conhecer de novo todos os dias. Olhas-me como se eu fosse a tua musa, a tua inspiração, mas também como se precisasses de me proteger do resto do mundo.
Não consegues evitar tirar os olhos da playstation quando atravesso a sala só com a tua camisa branca vestida. Não preciso de olhar para ti para sentir os teus olhos a seguirem-me com desejo. E tu fá-lo com tanta doçura. Não me olhas como quem só pensa em levar-me para a cama. Olhas-me como me quisesses arrancar a camisa e passar carinhosamente a tua mão na minha anca. Como se me quisesses empurrar contra a parede e tocar gentilmente no meu cabelo. Como se quisesses tocar em cada centímetro meu e sentir cada pêlo dos meus braços a eriçarem-se. Como se quisesses resistir a beijar-me o pescoço e como se quisesses não resistir a beijar-me o pescoço. Hesitas beijar-me até teres a certeza que a minha linguagem corporal te diz que cada centímetro meu te deseja. Que te deseja profundamente, como se fosses o último homem à face da Terra, e, mesmo não sendo, sabendo que só te desejo a ti. Passas com a tua mão na minha coxa e levantas-me suavemente contra a parede. Sinto-me uma pena nos teus braços. Olhas-me com ternura, como se tivesses esperado mil anos para me ter e mesmo assim sabendo que posso ir embora. Olhas-me e sabes que sou só tua de corpo e alma. Beijas-me o queixo e, de seguida, os lábios. Dás-me o melhor beijo que alguma vez recebi, mas sou suspeita porque os teus lábios são os mais sublimes que alguma vez encontrei. Com uma mão agarro tenuemente o teu cabelo e com a outra acaricio a tua barba. E se eu gosto de te ver com barba… Olhas-me novamente antes de me levares para o quarto. Olhas-me como se fosse apenas o início de uma grande viagem.
Olhas-me como qualquer mulher quer ser olhada.

O que é que pode falhar com queijo?

RipnDip
Não deixes esta noite acabar. Por favor, peço-te por favor que não deixes. Não consigo deixar de pensar que até as estrelas se alinharam quando me olhaste pela primeira vez. Esses teus olhos, esse teu sorriso, esse teu toque. O arrepio que me provocaste com o olá como há muito nada me provocava. Vi-te pela primeira vez e a estranheza de ter ficado curiosamente surpreendida deixou-me ainda mais tímida do que já sou. A Lua seguiu-te pela marina e eu fui atrás. Como poderia não ir? O teu sorriso atraíu-me como um íman. Quem serias tu, aquele ser ali ao início da noite, sozinho junto ao rio? Será solitário e gosta de estar sozinho a ouvir os próprios pensamentos? Ou será aventureiro e gosta de descobrir sozinho novas vozes, novos olhares, novos anoitecer? Intrigaste-me irrevogavelmente e não te consegui ignorar. Tive de te conhecer. É tão bom quando algo supera as tuas expectativas, parece que a adrenalina percorre o corpo inteiro a pedir mais, só mais um bocadinho. Foi exactamente o que me aconteceu. Quando mais me contavas sobre ti, mais eu queria saber. Quanto mais sorrias, mais eu te queria ver sorrir. Quanto mais me olhavas, mais eu te queria olhar. Quanto mais me davas de ti, mais eu te queria. Já te disse que foste como um íman? Percebe que não tive qualquer tipo de controlo, tu eras tudo o que eu precisava ali comigo, naquela noite de primavera. Convidaste-me para jantar. Como podia eu dizer que não? Eras a companhia que precisava há muito tempo, a noite de gargalhadas que neguei precisar durante meses. Até que, enquanto escolhíamos a entrada italiana para partilharmos, saíu-te um “o que é que pode falhar com queijo?”. Aí... Aí eu soube. Só podias ter saído dos meus sonhos. E, de facto, não passou disso. De um sonho. 

Não nos soubemos ter

Por vezes, é necessário deixar as coisas voarem. Por mais que custe, é preciso entender que nem tudo foi feito para ficar. Pode doer, mas a dor do deixar ir não se compara à dor da infelicidade e do vazio no peito. Às vezes ir embora é a coisa mais difícil do mundo. Mas valerá a pena ficar quando, no mais genuíno momento de felicidade, não nos sentimos totalmente preenchidos? Ter maturidade não significa ter que lutar na batalha, mas sim ter capacidade para reconhecer o momento em que já chega, em que a batalha já faz mais mal que bem, quando se deve ir embora ou simplesmente deixar ir.
É um erro pensar que só gostar chega. No início, claro que chega. Basta um certo beijo, abraço ou olhar para ser criado um fascínio tão grande que ficamos cegos de paixão. No início, tudo na outra pessoa é novo e é linda a descoberta diária do lado mais bonito da outra pessoa. No início, faz-se o impossível para estar com a pessoa, só para sentir aquela dopamina constante. É depois desse início deslumbrante que vem a inquietação. Encontram-se as diferenças (por vezes incontornáveis), aquilo que menos se gosta na pessoa até então perfeita. Com o tempo, a paciência começa a não ser a mesma e as expectativas vão-se desmoronando. Aqueles que permanecem escolhem aceitar todas essas diferenças e  não desistir da pessoa que continuam a achar encantadora. Até os esforços mútuos serem diferentes, os objetivos serem opostos e as discussões constantes. É aí que gostar, só, não chega. Por mais que se goste da outra pessoa, nós próprios vamo-nos tornando em alguém diferente, moldado àquilo que vivemos e sentimos. E, tantas vezes e involuntariamente, o eu que a outra pessoa conheceu deixa de existir. Porque gostar, só, não basta. Não chega para duas pessoas resultarem com uma só. Há pessoas que se diminuem em vez de se somarem. Há pessoas que não se sabem ter.
Falei-te tanta vez do que me faltava. Disse-te tanta vez o que eu precisava que mudasse. Fui cobarde em deixar ir durante tanto tempo e tu foste cobarde em repetir tudo. A pessoa por quem te apaixonaste já não existe. Já não tenho a mesma paciência nem sou tolerante como era. Se eu realmente fosse tua, tinhas-me ouvido e nunca me senti ouvida. Mantiveste-te na tua zona de conforto, na tua comodidade e sem sair do que é mais conveniente para ti. Disse-te uma, duas, três vezes, que precisava de mais. Pensaste que eu era um pássaro sem asas e nunca sairia do teu lado pela segurança que me davas. Mas nunca fui mulher de ficar por ficar. Se fico, tem de ser por alguém que me desafie todos os dias, que extraia o melhor de mim e me acrescente. A determinado momento no tempo, e nem sei bem quando aconteceu, tu passaste a diminuir-me. E nunca pensaste que eu não ficasse. O teu maior erro foi esse. O teu maior erro foi tomares-me como garantida.
Tenho a certeza que um dia vais perceber exactamente o que te quis dizer. Mas, hoje, fui.

Odor a Hugo Boss


Ainda tenho o teu cheiro no meu casaco. Não consigo evitar sorrir ao sentir o odor a Hugo Boss. Lembro-me do teu olhar no balcão do bar a não se desviar do meu quando se encontraram. Mesmo depois de eu ter voltado a olhar para ti mais três vezes para ter a certeza que não estava a fazer filmes. Sabes, sou perita nisso. Quando notei o teu sorriso discreto e me apercebi que era real, corei. Não me lembrava da última vez que um homem tinha olhado para mim como mulher. Fizeste-me sentir desejada. As minhas amigas repararam que eu não estava com a atenção nelas e nas suas fofoquices, seguiram o meu olhar e, assim que te viram a sorrir para mim, gritaram como só as mulheres o sabem fazer. Não me fez desviar o olhar. Senti-me ainda melhor quando me apercebi que elas também te desejavam mas, ainda assim, foi a mim que escolheste. Não era a mais bonita do grupo, nem a mais magra e muito menos a mais arranjada. Mas foi o meu olhar que encontraste. Não me lembro da última vez que me tinham escolhido em vez das minhas amigas. Já andava pelo paraíso das solteiras (ou encalhadas como diz a minha melhor amiga) há tanto tempo, que dei por mim a acomodar-me. Ainda bem que o teu olhar me libertou. Quase inconscientemente, e a continuar sem desviar o olhar, levantei-me dos sofás e sentei-me no banco ao teu lado. Whiskey duplo sem gelo, respondi à tua pergunta. Pela tua cara, percebi que estavas à espera que eu respondesse que queria uma água ou um Cosmo. Não sei se ficaste impressionado ou assustado. Senti-me poderosa. Nem dei pelo passar do tempo até o barman anunciar a “last call”, a última rodada da noite. Sem perder tempo, pedi dois shots de Tequilla para nós e, de seguida, seguiram mais dois. Olhei para trás e não encontrei nenhuma das minhas amigas. Aliás, sem sermos nós, no bar só havia um grupo de meia dúzia de mulheres felizes e embriagadas numa despedida de solteira e mais alguns homens de meia idade já sem se conseguirem levantar dos bancos de tal bebedeira. Tínhamos passado quase três horas a conversar e foram as três melhores horas que tive em muitos meses. Perguntaste-me como é que eu ia para casa e descobrimos que íamos de uber para a mesma zona da cidade. Claro que sugeriste partilharmos a boleia. Não me deixaste pagar as bebidas mas eu insisti em pagar o uber. Àquela hora já não havia carros disponíveis perto do bar e tivemos de esperar que viesse um do outro lado da cidade. Entre tanta bebida e os saltos altos, acabei por tropeçar na calçada e cair para cima de ti. Não me deixaste cair. Pegaste em mim como os príncipes da Disney pegam nas suas princesas. Claro que para quem estava a passar e viu não foi assim tão romântico, mas na minha cabeça foi. Cheguei a duvidar se era real ou se já estava a sonhar. Este foi o primeiro sinal. Ao fim de quatro ou cinco segundos a olhares para mim, nos teus braços, beijaste-me. E este foi o segundo. Tinha fantasiado com este momento desde a primeira vez que olhaste para mim. As minhas mãos abraçaram o teu pescoço como se fosses meu. Na realidade, considerei-te meu naquela noite. Não me lembro de chegar a casa, talvez porque os teus beijos não me deixam lembrar de mais nada. O uber parou na minha casa primeiro e convidei-te a subir. E tu subiste. Quatro andares sem elevador depois, estávamos à minha porta, ligeiramente mais sóbrios. Ainda bem que vivo sozinha porque não chegámos até ao quarto. Foi uma noite incrível, selvagem mas descontraída. Na sala, na cozinha, na casade banho. Uma noite como nunca tinha tido. Senti-me mulher, desejada, uma musa. Nunca ninguém me tinha feito sentir assim. Tenho o telemóvel cheio de mensagens das minhas amigas e nem sei o que lhes responder. Ainda tenho o teu cheiro na minha almofada. Beijaste-me carinhosamente hoje de manhã, ainda com o teu cabelo meio despenteado, trocámos números de telefone e vamos jantar fora logo à noite. 
E eu nem gosto de whiskey.

Quero tudo


Sou uma apaixonada pela vida. Procuro aproveitar cada segundo que ela me proporciona. Desejo apaixonadamente experienciar cada pedacinho de oportunidades que a vida me dá. Eu não quero só viver. Quero viver perigosa, louca e ferozmente. Não sabendo se acaba daqui a 7 minutos ou 70 anos, quero poder chegar aos meus momentos finais e pensar “Porra, vivi tanto”. Quero ter razões para sorrir e agradecer por tudo o que me foi proporcionado e aproveitei, não quero pensar naquilo que podia ter sido e não foi. Não me quero acomodar ao básico, quero procurar novas coisas, novas pessoas, novos lugares, novos sentimentos. Quero viajar pelo mundo inteiro e sentir coisas novas em cada lugar. Quero conhecer pessoas de todo o lado e partilharmos experiências. Não quero ouvir as fantásticas experiências de alguém e pensar “Uau, também adorava”, vou ouvir e pensar “Uau, vou arranjar maneira de também o fazer”. Não quero ter limites, mesmo quando tenha barreiras. Vou arranjar maneira para que essas barreiras não sejam totalmente impeditivas de mais. Mais. Eu quero mais. Quando vamos a um restaurante all-you-can-eat ou quando compramos uma peça de roupa, comemos até nos sentirmos cheios ou fazemos uma reclamação quando a roupa tem defeito. Não ficamos a comer 2 minutos e depois vamos para casa com fome, nem vamos ficar o resto da vida a lamentarmo-nos em como a camisola tem defeito. Aproveitamos ao máximo retirar tudo aquilo a que temos direito do que pagámos. Mas porque é que com a vida tem que ser diferente? Porque não espremer da vida tudo aquilo que nos faz sorrir, nos dá prazer ou adrenalina? Não quero que partes de mim morram antes de mim própria. Não quero deixar de viver antes do dia da minha morte. Sou tão nova mas já quero tanto. Quero passar os dias a sugar a medula da vida e não a lamentar-me do que não posso ter. Quero mais. Quero tudo.

Eu quero um amor louco.

Eu não quero um amor perfeito. Não preciso de chocolates ou flores. Claro que gosto, mas não preciso. Abdico de um chocolate por um beijo na testa, de uma flor por um carinho teu. Abdico de um jantar fora ou uma ida ao cinema por uma noite contigo no sofá, com um copo de vinho e um filme das gravações automáticas. Abdico porque não são essas coisas que me deixam feliz. Tu é que me deixas feliz! Tu e a tua mão a guiar-me, quer para o restaurante quer para o sofá. Os teus beijos na minha bochecha, os momentos em que não conseguimos parar de rir juntos, os abraços espontâneos, as fofoquices sobre os outros... Eu quero isso. Todas as coisas que não denunciam dois namorados, eu quero. Quero um melhor amigo, um companheiro na cozinha, alguém que faça figuras tristes comigo na rua. Eu quero um amor louco. Um amor que me consuma de tal maneira que eu me perca de mim própria. Alguém que consiga ver-me mais do que qualquer outra pessoa. Que conheça cada curva do meu corpo quando estou vestida. Que me leve a querer mais, mais da vida, mais de mim. Que me faça cometer as maiores loucuras! Porque não se vive realmente sem loucura. Alguém que me faça olhar para o antes e perguntar quem era eu, quem era aquela pessoa que vivia na sombra, que não conhecia mais que o bairro onde cresceu, que não dizia ou fazia mais do que o que achava ser politicamente correto. Quem era aquele ser que não sabia viver? Quero um homem que me proteja, que tenha sempre os seus braços abertos em qualquer momento. Um homem que não viva para mim, mas comigo. Que me conheça por um olhar, um gesto, um andar. Que saiba o meu estado de espirito só de olhar para mim. Que me elogie de pijama ou de vestido e saltos altos. Que não tenha medo de falar sobre as ex-namoradas ou das outras mulheres porque sabe que me faz sentir segura. Que valorize todos os meus esforços. Que lute todos os dias pelo que temos. Fisicamente, o meu tipo de homem é alto, musculado e, talvez, moreno. Mas quero mais, muito mais. Muita gente perde-se entre o que tudo o que sempre quiseram e tudo o que precisam. Eu preciso de conforto, preciso de paz, preciso de mais. Quero um olhar capaz de sustentar o meu mundo. Quero alguém que me faça querer superar-me a mim mesma todos os dias, mais e mais, cada vez mais. Que me tire da minha zona de conforto mas que nunca me deixe sozinha. Uma mulher é dos seres mais fortes que existem, não precisa de um homem para nada. Eu sou forte, mas vacilo. Sem vacilar, como poderia eu medir a minha força? Não acho que seja pedir demais. Porque eu sei que ele existe.

Quando deixa de existir, deixa de existir para sempre.


Dava tudo para ter sido diferente, sabes? Não imaginas o esforço que faço para não voltar a molhar a folha com as minhas lágrimas. Se isso acontecesse ia borrar tudo. Outra vez. Mas o que é uma folha de papel com tinta azul borrada, quando tenho mil e um problemas? Hoje acordei a pensar que o meu maior problema seria como me levantar da cama e a seguir o que ia vestir. Agora, sento-me na escrivaninha a chorar, a pensar como tu isto foi acontecendo por baixo do meu nariz e nem assim consegui ver sozinha. Quando tens pessoas que pensas serem as melhores do mundo, por quem davas a vida e esperas que a dêem por ti, e acabas desiludido na mesma como se fosse qualquer outra pessoa, é uma merda. É mesmo! Se calhar se eu estivesse mais perto, não tão longe… Custa-me pensar que isso muda tudo, quando eu punha as minhas mãos no fogo em como não mudava nada. Da maneira como deixei, tinha tudo para correr bem. Mas às vezes a falta de vontade é fatal. Aliás, quase sempre. Entristece-me ver como tudo aconteceu. Como me viraram as costas sem dó nem piedade. Eles não sabem que sei. Eles não querem que eu saiba. Eles desejam que eu não saiba. Mas eu sei. Não preferia não saber. Sabes, o que mais me custa é ver o quão bem todos estão e mesmo assim deixaram tudo passar. É uma merda esperares receber o mesmo que dás. Porque isso não acontece. Raramente acontece. E, quando acontece, ou te proteges à espera que a bomba caia a qualquer momento, ou te agarras com toda a força do mundo à espera que seja verdadeiro. O meu conselho é que te abrigues bem. Essas pessoas são uma num milhão. É tão bom quando é real, verdadeiro, genuíno… Por ser tão bom é que tem que ser tão raro. Nem todos o têm, nem todos o conseguem, até porque nem todos o merecem. Eu tenho isso, felizmente. Agradeço todos os dias e rezo para que eu faça por merecer. Felizmente, tenho um abraço à minhas espera em casa para me confortar em dias de merda como este. Não me lembro de ter escrito um texto com palavras feias, mas estou tão revoltada que me estou a lixar. Dava tudo para mudar o que sinto, sabes? Não gosto destas coisas, da desilusão e essas merdas. Lá voltaram as lágrimas… Se borrar agora, já não vou recomeçar. Quem diria que iriam acabar por ser tudo aquilo que repudiaram há uns meses? Que ainda repudiam? Ou ainda pior, porque essa nunca me tocou. É uma merda saber que trataram mal o único pedaço de mim que vos deixei. Vão-se lá divertir a escaramuçar e meter veneno, a dançarem em envergues formais, vão lá… Amanhã acordam com ressaca e eu com os olhos inchados. Sabem aquilo do “quando perdemos alguma coisa que não podemos substituir”? É isto. A confiança, a fé, a segurança… Quando deixa de existir, deixa de existir para sempre. Hoje vou ficar aqui, com a minha folha de papel reciclado A5 esborratada de azul e com o pedaço de mim que pedi de volta. O melhor pedaço de mim. Sabes que te amo, não sabes?

O homem que lhe conseguia não só despir as roupas, mas também a alma

Por umas horas, numa noite fria de Outono, ele desejou tudo.
Cosmopolitan, era o que ela bebia. Sentada ao balcão, no vestido justo e vermelho que tinha comprado há três semanas para aquela saída de amigas, qualquer homem naquele bar reparou nela. O cabelo castanho-escuro alisado há umas horas caía-lhe nas costas de maneira perfeita, a maquilhagem que lhe sobressaía os olhos castanhos revelava uma saída de mulheres sem necessidade de engatar. Tinha uns Louboutin pretos, altíssimos. Aquilo devia incomodar ao andar, pensou ele, mas ao olhar para o sorriso dela nem pensou mais nisso.
Naquela sexta-feira à noite, no melhor bar da avenida, ela era a mulher da vida dele. Aliás, era, provavelmente, a mulher da vida de todos os homens heterossexuais naquele bar. Transpirava confiança e serenidade, duas das características preferidas dele numa mulher. 
Ainda pensou em ir ao balcão e até meter conversa, quem sabe. Mas decidiu ficar sentado no sofá com o gelo a derreter no seu Jack Daniel's. Durante horas, naquele mesmo sítio, fantasiou com ela. Desejou ser ele o homem que esperava por ela ao fim de um dia de trabalho. O homem que a seduzia só com o olhar ou com o tirar da camisola, porque ela era louca pelo seu corpo. O homem que com um piscar de olhos a faria entrar na banheira com ele. O homem que sabia e ia respeitá-la em qualquer momento. O homem que lhe conseguia não só despir as roupas, mas também a alma. O homem a quem ela dava tudo de si. O único homem a quem ela dava tudo de si.
E o único homem que era capaz de lhe dar tudo o que ela sempre sonhou.
Mas, hoje, ele não era aquele homem.
Ele era o homem que ia voltar para casa, tomar um duche rápido e entrar na cama fria.
E voltar a sonhar com ela.

O mais bonito aos seus olhos

Ela, atrevida e irreverente. Ele, apaixonado e prudente. Não podiam ser mais diferentes e ela reparava nisso todos os dias. Ele era o rapaz mais carinhoso, altruísta e apaixonado que ela alguma vez conhecera e o mais bonito aos seus olhos. Era o tipo de rapaz que cuidava bem do que tinha e ela era sua. Não havia um dia em que ela não ouvisse ele um “amo-te” ou um simples “estás linda”. Isso enchia-lhe o coração sempre que o ouvia. Não havia um dia em que ele não a acordasse na cama com um beijo carinhoso de bom dia, muitas vezes acompanhado de pequeno-almoço na cama. Tinham uma intimidade invejável, desde que se conheceram. Que ele a fazia feliz era inegável, mas por vezes ela dava por si a querer mais dele. Mais ousadia, mais vontade, mais espírito aventureiro, mais liderança. Pequenas coisas que passavam ao lado dele mas que lhe faziam falta a ela. Havia noites em que ela dava por si com os olhos molhados de lágrimas e desiludida consigo mesma por querer mais de uma pessoa que fazia tudo por ela. O seu lado altruísta fazia com que ele quisesse fazer tudo por ela, se fosse preciso “tirar da própria boca” para lhe dar a ela. Mas, de facto, faltava-lhe qualquer coisa. Ela só queria que, por exemplo, ele planeasse o fim-de-semana algumas vezes e não deixasse tudo para sexta-feira à noite porque acabava sempre por ser ela a decidir irem ao cinema ou jantar fora ao mesmo restaurante, uma e outra vez. Mais uma semana que passou e mais uma semana em que ela decidiu o que iam fazer: naquele fim-de-semana de final de Verão, iam passar o fim-de-semana ao Douro, o rio com mais encanto para ela. Foi nesse fim-de-semana que tudo mudou. No sábado a noite, na segunda noite na invicta, depois de jantarem juntos no restaurante indiano preferido de ambos, foram passear à beira do rio, como é hábito, de mãos dadas. Ela nunca imaginara, mas a sua vida mudou ali. Todas as dúvidas acabaram e ela soube que ele era o homem da vida dela. Quando deu por si, ele olha-a nos olhos, diz “Eu amo-te. Amo-te desde a primeira vez que te vi. És a mulher mais bonita do mundo. Quero que sejas a mãe dos meus filhos e acordar ao teu lado para o resto da minha vida. Quero que sejas quem eu vejo, linda e deslumbrante, a vir ter comigo ao altar” e ajoelha-se.

(Não tão) indiferente


Ela, apaixonada, indefesa, insegura. Ele, charmoso, valente, (não tão) indiferente. Cruzam-se praticamente todos os dias. Ela olha-o cuidadosamente. Um olhar genuíno, dócil. Olha-o como nunca ninguém olhou para ele. Ele quer olhá-la como mais uma rapariga. Mas ele vê. Ele vê os olhos dela a seguirem-no discretamente. Ele vê o brilho nos olhos dela quando se cruzam. Ele vê as pupilas a dilatarem-se e as faces a ficarem rosadas. Ele vê. E quase que ouve o coração dela a palpitar cada vez mais depressa quando ele se aproxima. E, no fundo, o coração dele segue o dela. Porque todos pensam que ele é indiferente. Mas como explicar a constante vontade de voltar para onde ela está? As contra-respostas rápidas quando ela lhe faz uma pergunta tímida, como se o coração não deixasse esperar para responder? Como explicar ele se sentir tão bem ao pé dela? Ele sabe que lhe acontece o mesmo. Mas também sabe que nunca vai dar o primeiro passo. Não por falta de amor ou por falta de coragem. Talvez seja por não querer arriscar. A falta de coragem prevalece do outro lado. Ela nunca vai avançar, não lhe está no sangue. Essa falta de coragem junta-se ao medo da rejeição e faz com que ela nunca se vá aproximar. Estão condenados ao fracasso e ambos sabem disso. Mas o incurável lado romântico dela nunca a vai fazer desistir. 

Vou escolher lembrar-me que fui feliz

Hoje é a última vez que te falo sobre ti. Sobre nós. Sobre um nós que nunca existiu. Então aqui vai. A voz que faz o meu coração saltar já não é a tua. O sorriso que faz o meu coração derreter já não é o teu. Não que me sejas indiferente ou não queira o teu bem, não é isso. A verdade é que já não és tu. Já há muito tempo que não era suposto seres tu. As correntes desembaraçaram-se e eu libertei-me. Não me arrependo nem por um segundo de nenhum dos momentos que passei contigo, embora, na realidade, sem ti. Ou de nenhum dos sentimentos não mútuos. Fizeste-me crescer como mulher, embora involuntariamente da tua parte. Fizeste-me ver pela primeira vez que não há escolha! Assim que bates na parede, bateste, não há nada a fazer. Fizeste-me ver que há outros caminhos, muitas vezes, melhores. E, principalmente, fizeste-me aprender a ficar quieta quando tudo o que eu mais queria não dependia de mim. Deixo-te aqui um obrigada por tudo. Por cada sorriso, cada olhar, cada palavra, cada gesto. Porque, embora infeliz por não te ter, fizeste-me feliz todos os dias só por existires. Confesso que demorei algum tempo até te poder dizer adeus, mesmo já tendo avançado. Como romântica assumida, já li muito e acredito que cada pessoa tem na vida aquele amor platónico, aquele que nunca foi por distância, por amizade, por timing ou por outra razão qualquer. Eu acredito que és o meu. Acredito que vais ser sempre o meu. Não sei se algum dia vou olhar para ti como “apenas um rapaz”, ou “amigo de amigos” ou mesmo “amigo”. Sempre que te olhar nos olhos vou ver-me a mim e aos meus tempos de felicidade contigo, embora sempre sem ti. Vou respirar fundo. E vou sorrir. Vou escolher lembrar-me que fui feliz. Vou escolher lembrar-me das mil e uma razões que me deste para sorrir em vez das poucas para chorar. E, aqui, digo que a nossa história acabou. Posso não ter tido o poder de decisão em relação a ti no passado, mas hoje ele é todo meu. Considera isto um adeus. Um adeus a tudo o que nunca chegou a ser.

A intensidade que nos diverge é a mesma que nos une

És muito mais que um namorado. És um pai, quando ralhas comigo e dizes para ir correr, quando olhas para mim com um ar reprovador quando eu te digo que me apetece chocolate. És uma mãe, quando me abraças com força quando vês os meus olhos molhados ou quando não desistes de mim mesmo quando eu te imploro para o fazeres. És o irmão mais velho que eu sempre quis ter, o que goza comigo mas é o primeiro a estar lá para me proteger. Aquele que sabe sempre o que dizer na hora certa. És o meu melhor amigo, aquele para quem eu quero correr para os braços e contar as novidades, aquele que sabe coisas da minha vida que nenhuma outra pessoa sabe. És das muito poucas pessoas que eu acredito que nunca vai desistir de mim. És quem conhece todos os meus defeitos, e, mesmo assim, continua comigo. És tudo para mim. És absolutamente maravilhoso. És a melhor pessoa, o melhor irmão e o melhor filho que eu alguma vez conheci. Percebe que isto não é um caso de “ele é perfeito”. Não. É o caso de saber que não o és, ir conhecendo os teus defeitos e estar disposta a aceitá-los. Porque não os aceitar seria não te aceitar a ti. E eu aceito-te, com tudo o que tenho. Jamais questionaria o que temos. É tão real, tão certo que só a ideia de pôr isso em causa é absurda. A forma como nos aproximámos e, mais do que isso, a maneira como nosso destino se foi cruzando quando menos esperávamos... Era para ser. Era para acontecer. Era para existir um “nós”. Apesar de vacilarmos, de errarmos, de desiludirmos, de qualquer discussão acesa, no final, continuamos aqui. De corpo, coração e alma. A intensidade que nos diverge é a mesma que nos une. As nossas diferenças existem para nos completar. O que falta em ti há em mim. Quando um está prestes a desistir, o outro vai lá e recupera tudo novamente. Adoro quando nos chateamos por qualquer razão e eu te mando embora, e depois de ires, voltas porque sabes que já me arrependi e já te quero nos meus braços outra vez. E lá espreitas tu pela porta e sorris, e quando eu te peço desculpa tu aproximas-te, beijas-me a testa e abraças-me. Vamos ter momentos assim para sempre. Altos e baixos. É esse o preço de toda esta intensidade. É o preço de tanto amor. Um relacionamento é uma conquista diária. É amizade, confiança, carinho, parceria, respeito. Inclui dividir problemas e multiplicar alegrias. Inclui respeitar pontos de vista, estar ao lado um do outro em qualquer situação. É muito mais do que noites bem passadas. É muito mais do que beijos ou sexo. Isso vem por acréscimo. É preciso amizade. E isso, nós temos.

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. 
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata, trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas oportunidades que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver a sombra. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra cobardia e falta coragem, até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance. Para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência. Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão. Para os fracassos, novas oportunidades. Para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixes que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfia do destino e acredita em ti. Gasta mais horas a concretizar do que a sonhar, a fazer do que a planear, a viver do que a esperar porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

O bilhete nunca é só de ida

E quando a máscara cai...Deixa de existir tudo menos a desilusão. A angústia por termos acreditado que alguém podia ser diferente. Mas não é. Ninguém é diferente. Ou ninguém muda. Quem é mascarado sempre foi e será mascarado. O sofrimento começa sem sentirmos, sabemos que estamos a adorar aproximarmo-nos de alguém, e damos tudo o que temos e tudo o que não temos. Sabes aqueles momentos em que sentimos uma dor aguda, lá dentro do peito, dor que nem se sabe como é ou como vem, e tira a impressão de que tudo estava bem? Dá vontade de gritar aos quatro ventos numa voz bem alta, como se fosse sair um monstro de dentro de nós, a sensação de algo sem precedentes. Como se viesse um desejo de chorar e chorar, e não saber a hora de parar. Vontade só de engolir fundo e não mostrar nada.
Estava tão bem quietinha… Era suposto ser o início de uma grande amizade. Mais uma razão para não ser preciso mentir, nem enganar, nem fingir... Melhor assim, corta-se o mal pela raiz...Tudo tem o seu lado bom. Há desilusões e desilusões, mas aquelas que acabam por revelar a verdadeira essência de alguém, que correspondem à tal queda da máscara... O problema está nas pessoas, na falta de honestidade, de sinceridade, de bondade... Não há mais nada a fazer a não ser lamentar os tombos que damos na vida, aprender com eles e seguir em frente...
Aprender que o bilhete nunca é só de ida.

Sê sempre o melhor no que quer que sejas

Com o tempo, vamos percebendo que, para sermos felizes com uma outra pessoa, precisamos, em primeiro lugar, de não precisar dela antes de a ter. Com isso, aprendemos a gostar de nós próprios, a cuidar de nós e, principalmente, a gostar de quem também gosta de nós. Aprendemos que o segredo não é correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até nós. No fim, vamos achar não quem procurávamos, mas quem estava à nossa procura.
Amor não é envolvermo-nos com a pessoa perfeita, a dos nossos sonhos. Isso de príncipes e princesas não existe. É preciso encarar a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando as suas qualidades, mas sabendo e respeitando também os seus defeitos. O amor só é lindo quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser. Numa relação, se não puderes ser uma árvore, sê um ramo. Se não puderes ser uma estrada, sê um caminho. Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela. Não é pelo tamanho que terás sucesso ou fracasso. Mas sê sempre o melhor no que quer que sejas. Não digas amo-te se não te interessas. Não fales sobre sentimentos se eles não existirem. A coisa mais impiedosa que uma pessoa pode fazer é permitir que alguém se apaixone por ela quando não pretende fazer o mesmo.
Amor é quando a felicidade do outro é a tua felicidade. Quando as lágrimas do outro são as tuas lágrimas. E quando, depois de tanto tempo se ter passado, depois de tantos problemas resolvidos, depois de tantas brigas, depois de tantos carinhos e de beijos, continuam a partilhar a mesma cama, o mesmo quarto, o mesmo tecto, a mesma vida… E é isso até que venha alguma coisa maior que esse amor.

E se a chuva vier

E se a chuva vier, não procures um guarda-chuva. Não a deixes passar. Aprende a dançar nela. O ser humano vive constantemente numa tendência de se adaptar. Adaptar aos sucessos ou aos fracassos. Adaptar às rejeições. Quando enfrentas uma rejeição, ficas fraco e vulnerável. Com o tempo, podes escolher entre voltar a abrir o coração e arriscar ou fechares-te para garantir que não acontece outra vez. O amor é um risco e quando o vês perante de ti tens o poder de escolha. É um risco e pode não resultar, pode até correr muito mal. Mas e se resultar? E se estiver à tua frente a porta para a mais bela história de amor? Não a deixes fugir. Sê corajoso, atreve-te, supera todos os teus medos e receios. Se resultar, tens uma excelente história para contar aos teus netos. Se não, aprendeste que a vida é um jogo e nem sempre se ganha. Mas uma coisa é certa: se nunca tentares, nunca saberás. Não foi mais do que isso que fiz. Abri o meu coração a quem me deu a mão quando eu menos esperava. A quem eu menos esperava. Claro que é um risco. Pode até estragar a amizade e cumplicidade que fomos construindo até aqui, que foi das melhores coisas que já vivi. Mas e se correr bem? Arrisquei por mim, porque achei que merecia. Achei que já andava pela sombra há demasiado tempo. Posso até apanhar um escaldão, mas ao menos sei a cor do Sol. Arrisquei e ainda bem que o fiz. E se a chuva vier, não procures um guarda-chuva. Aprende a dançar nela.

A minha melhor amiga

Ela é das mulheres mais fortes que conheço. Das mulheres que mais admiro. Conheço-a praticamente desde sempre. Tivemos percalços espaciais, mas hoje temos o que poucos têm. Não é só amizade! Amigos, embora haja poucos, há bastantes. Mas a nossa relação é como poucas. Somos como irmãs. Compreendemo-nos só com um olhar, há discrepância nos nossos gostos, mas partilhamos da mesma opinião na maioria das situações reais. Estamos ao lado uma da outra mesmo quando todos estão contra. Já me provou que não me aponta o dedo mesmo que mereça e todos o façam. Claro que há momentos para tudo e há, sem dúvida, momentos em que me chama à atenção e até ralha comigo (é recíproco). Mas quando chega a altura de "comigo ou contra mim", sei que ela não hesita, mesmo que lhe vá cair o mundo em cima (também é recíproco). Podemos até concordar nas falhas uma da outra em conversas paralelas sem a presença mútua, mas quando a conversa chega ao ponto de realmente "se dizer mal", aí não se metam com o que é meu. Vou defendê-la com unhas e dentes, vou soltar as minhas garras e agarrar-me a tudo o que tenho. Sei que é recíproco. Nada me faz mais triste do que ver as pessoas que mais gosto a sofrer. E das coisas que mais me custa é vê-la lutar com o Crohn. Vê-la a ter crises, a ir-se abaixo. Choro como se fosse a minha mãe a sofrer. Choro baba e ranho por saber que a força dela não é infinita. Nunca lhe disse. Vezes sem conta que ela vai ao médico ver se há novidades. Esse dia, para mim, nunca mais acaba até receber uma mensagem dela. Às vezes até me esconde as coisas piores para não me preocupar, embora saiba que eu não concordo com isso. Ao longo dos anos tinha corrido tudo relativamente bem. Até há pouco tempo. Ela chegou ao pé de mim e disse "Verónica, disseram que os medicamentos têm sido em vão. Já não fazem efeito." Caiu-me tudo. Não sou mãe dela, nem pai nem irmã. Mas tenho a certeza que me custou quase igual. Falou-me dos tratamentos, do que podia correr mal, das decisões que tinha que tomar. Por momentos, chorei o Pacífico com medo de a perder. Já não sabia o que fazer. Só lhe podia dizer que ia correr tudo bem e eu a ia apoiar em qualquer decisão. Tive tanto medo. Não fui a única, mais pessoas vieram ter comigo sobre isto. Depois pensei "Ela é forte". Sei que nunca vou compreender a dor dela, mas ela sabe que estou com ela incondicionalmente, sempre. E foi. E melhorou. E está melhor. O medo não se vai embora, mas ela agora está bem. Está feliz. Então eu também.
Ela é linda. Ela é simpática. Ela é maravilhosa. Ela é das mulheres mais fortes que conheço. Das mulheres que mais admiro.
Ela é a minha melhor amiga.

Como os príncipes que acordam as belas adormecidas

“Guarda as declarações decoradas para as meninas que ainda acreditam em contos de fadas. Comigo, podes vir tranquilo, desarmado, sem os textos decorados desse papel que te entregaram de príncipe encantado. Eu também já me despi de todos os sonhos de relacionamentos perfeitos que a vida me trouxe pelo caminho. Aprendi que vocês nunca vão funcionar como os príncipes que acordam as belas adormecidas. Depois disso, sempre me mantive bem acordada. Eu conheço os teus defeitos. Sei cada um deles. Tenho a mania de observar cada mísero passo das pessoas antes até do primeiro olá. Analisei-te enquanto sorrias despreocupado e deixavas o sol iluminar o teu cabelo castanho claro. Vi como os traços do teu rosto se suavizam quando falas com alguém que gostas. Observei a maneira como piscas os olhos incessantes vezes quando estás muito nervoso. E como ficas vermelho quando não sabes o que responder perante alguma coisa inesperada. Não precisas mesmo de saber o que responder. Não quero que respondas perante os meus dilemas. Talvez assim te vejas tentado a questionar o mundo comigo. Ou talvez te assustes. Eu sou mesmo alguém cheia de falhas. Tenho crateras em cada parte do meu corpo. Principalmente, no coração. Foram as cicatrizes, no corpo e na alma, que outras pessoas deixaram antes de ti. Mas fica tranquilo, não te quero perfeito. Podes vir cheio de erros. Vamo-nos despir dessa obrigação de fazer o outro feliz. Deixa no canto do quarto essa necessidade louca de fazer tudo certo. Eu aceito errar contigo. Eu aceito gritos, pratos partidos, discussões de tirar a respiração. Basta que digas que estás disposto a errar comigo. Comigo. E, quem sabe, entre todos os nossos erros, não consigamos uma ou outra coisa boa. Mas não te cobro nada. O meu “felizes para sempre” sou eu que construo. Chamo-te hoje para a minha vida, não para preencheres as minhas falhas, mas para me dares a mão e me ajudares a tapar as minhas feridas. Eu ajudo-te a cicatrizar as tuas também, se quiseres. E, juntos, vamo-nos rir disso tudo. Mas não te cobro nada. Talvez consigamos dar certo. Talvez acabemos mesmo com uma história bonita. Talvez vás embora, talvez eu não queira ficar mais. Mas eu estou aqui, agora. Com os meus braços abertos para te receber, se quiseres vir. Porque sem te cobrar felicidade, sem te cobrar uma história bonita e sem te cobrar amor, talvez, quem sabe, tenhamos sorte e consiguemos ser felizes, ter uma história bonita juntos. Espero que a vida, o destino, ou sei lá, resolvam dar um empurrãozinho. Quem sabe, até, não nos amemos até o final dos dias. Até o fim.”

Coisas do coração

E quando a razão perde? Quando o coração pesa mais? Quando deixamos de ser racionais e nos deixamos levar pelo coração. Sim, muitas vezes isso só faz mal. Porque a vida é assustadoramente imprevisível e basta um momento para tudo correr mal. Mas "e se"? E se eu lhe sorrir quando ele passa por mim? E se eu estiver constantemente a olhar para ele à espera que os nosso olhares se cruzem? E se eu acreditar só mais um bocadinho? Pode ser a pior coisa que posso fazer, mas certamente não irei morrer. São coisas do coração. E o que seria a vida sem arriscar? Às vezes só gostava de ter cinco minutos a três: eu, tu e a coragem suficiente. Há tanta coisa que precisava de te dizer, tanta coisa que gostava que soubesses. E depois vai vir a parte do "agora ou nunca". É do nunca que tenho medo. Não é medo, é mais pena. Tenho pena que tudo seja em vão. Porque acho que resultaria. Pena. Tenho saudades tuas todos os dias mesmo sabendo que nunca te passo pela cabeça. Todas as histórias de amor têm três partes: o início, o meio e o fim. E, embora tudo à minha volta indique o contrário, eu ainda não não consigo deixar de acreditar que a nossa ainda há-de começar. E que dure meses, anos, décadas. Ou não. Mas que comece. Estou cansada, sim. Mas o meu cansaço ainda está muito aquém da minha esperança.

A força que me falta

Sinceramente, acho que não há pior coisa que ter a felicidade mesmo ao nosso lado e não conseguir agarrá-la. Por não depender de nós. É mesmo difícil saber que a distância é tão pequena e ao mesmo tão grande. Esta noite sonhei contigo. Acho que foi o melhor sonho que podia ter tido. Foi tudo tão perfeito quanto irreal. Acordar foi uma desilusão. Ficava naquele sonho a minha vida toda. E sei que a minha realidade não está assim tão longe desse sonho, mas ao mesmo tempo está completamente ao contrário. Hoje apanhei o teu olhar. E o meu coração, literalmente, parou. Sim, para ti não foi nada, mas para mim foi tudo. Não me consegui conter. Os olhos incharam e inundaram-se. O facto de não te poder ter destroça-me por completo. Se eu te tivesse ao meu lado, era capaz de conquistar o mundo inteiro. És a força que me falta.

Quando os teus braços estão à minha volta

De vez em quando, elas aparecem. Por vezes até quando menos esperamos. Pessoas magníficas. De vez em quando, vemos a nossa vida a ser invadida por uma dessas pessoas. Elas entram na nossa vida por acaso, mas permanecem por alguma razão. Tu és uma dessas pessoas. E, hoje, escrevo para ti. Quero que saibas que entraste na minha vida numa altura em que eu sabia que precisava de ti, mesmo sem realmente saber. Quero que saibas que me deito todas as noites tranquila por saber que tenho alguém fantástico a olhar por mim. Quero que saibas que o teu sorriso me faz sorrir, porque o estares feliz me faz feliz também. Quero que saibas que me é difícil confiar em alguém, que demora muito tempo, e eu confio em ti. Quero que saibas que poucos sabem o melhor de mim, e tu, aos poucos, vais sabendo. Quero que saibas que poucos me compreendem como tu me compreendes. Quero que saibas que dou muito valor à amizade e tu és dos amigos que mais valorizo. Quero que saibas que são poucas as pessoas que me lêem só pelos olhos e tu lês. Quero que saibas que não tenho medo de ser eu, de dizer disparates ou de fazer palermices quando estou contigo. Quero que saibas que vou sentir saudades tuas todos os dias, nos próximos meses. Quero que saibas que, quando os teus braços estão à minha volta, eu estou em casa.

Arrisca

Cheguei a um ponto que me fartei. Fartei-me de “correr atrás”. O facto de estar, embora sem grande esperança, constantemente à espera de um sinal teu torna-me vulnerável, frágil. E isso é coisa que eu não me posso dar ao luxo neste momento. Preciso de ser forte, de estar com os pés bem assentes na terra. É verdade que cada vez que passas por mim me deixas alienada. Mas eu quero, eu posso, eu consigo, eu vou. Vou ser mais forte que os meus instintos. Vou ser uma mulher poderosa, ninguém me vai conseguir deter nem mandar abaixo. É o melhor, tanto para ti como para mim. Vou libertar-me a mim própria, resistir a todos os sorrisos e olhares. Vou ser forte. Tu sabes onde eu estou. Se quiseres vir, vem. Posso estar à tua espera ou pode ser tarde demais. Experimenta. Arrisca. Não vou correr mais atrás de quem sabe onde me encontrar.

Chorar não resolve, mas alivia

Às vezes é preciso chorar. Limpar as mágoas, lavar as memórias. Limpar a alma. Esquecer por momentos aquilo que nos deixa tristes. Deixar escorrer pela cara tudo o que nos magoa. Às vezes é preciso tirarmos algum tempo para pensar em nós. Um momento a um. Porque em primeiro lugar devemos estar sempre nós, os nossos desejos e as nossas necessidades, nunca os outros. E, por vezes, com a correria do dia-a-dia, deixamo-nos levar com as preocupações e os problemas dos outros, quando os nossos vão ficando para trás. Cinco minutos, quarenta e cinco ou duas horas... Tão pouco que faz tanto... Não são só os fracos que choram, muito pelo contrário. Só os fortes têm coragem para enfrentar o medo de vacilar, o medo de ser sensível. Chorar faz bem. Respirar fundo e olhar para cima faz bem. Só no fim de aceitarmos o que realmente se passa é que vamos ter toda a força que tanto procurámos para enfrentar tudo e todos os que nos preocupam. Chorar não resolve, mas alivia.

Finalmente

Finalmente consegui pôr para trás todos aqueles anos. Os meus anos de glória do secundário, onde conhecia toda a gente da escola, onde ia dormir a casa todos os dias. Demorou alguns meses. Demorou para me adaptar à minha nova vida, demorei a assimilar todas as mudanças que tive este ano. Demorei a aceitar que tudo o que era tão certo, de repente, deixou de ser. Vi-me sozinha, numa cidade desconhecida, sem amigos, sem caras conhecidas. Vi-me a pensar no passado e a querer voltar, mais do que tudo. A querer voltar para a minha casa, para os meus amigos, para a minha família. Nunca desejei tanto voltar a “casa”. Vi-me completamente perdida. Chorava dia e noite. A minha mãe ligava-me todos os dias à tarde, eu estava sozinha em casa e ela percebia o quão triste eu estava. Via os meus amigos a fazerem os seus próprios novos amigos e a terem sempre histórias para contar, e eu ali, sozinha, sem ninguém. Quando acordava de manhã, só queria ficar na cama. A vontade de passar a manhã com desconhecidos era zero. Chorava cada vez que entrava no comboio no domingo à noite. Só pensava no quão eu era feliz meses atrás e ali não era nada. Cheguei a pensar se isso era bom para mim. Se deveria continuar ou mudar de direcção. Demorei mais de seis meses. Mas encontrei-me. Já não estou sozinha. Agora, tenho comigo pessoas que sei que vou ter durante muito, muito tempo. Pessoas que fui conhecendo nos últimos meses. Pessoas que pensei serem completamente diferentes do que são, e que acabaram por me surpreender positivamente. Pessoas que, no início, não passavam de desconhecidas, a quem eu só trocava um “bom-dia” e um sorriso vazio, tudo apenas por uma questão de educação. Pessoas com quem eu nunca pensei me dar tão bem e fossem tanto como eu. Hoje, fico triste quando a tarde chega ao fim, depois de mil jogos de cartas e mil e uma gargalhadas, e vão todos para casa. Hoje, acordo de manhã com vontade de passar mais um dia com os MEUS amigos, com quem já tenho as MINHAS histórias para contar. Hoje, a minha mãe liga-me à tarde e mal consigo falar com ela no meio de tanta alegria. Porque, nessa altura, ainda estou com o meu people, na faculdade. Hoje, as minhas semanas passam a correr. Dou por mim à quinta-feira à noite a pensar “Amanhã já é sexta-feira e vou para casa, passou tão rápido”. Quando chego a casa no fim-de-semana, não me consigo calar. Tenho tanta coisa para contar sobre a minha semana, sobre o que fiz e com quem fiz. Consigo contar, pelo menos, doze pessoas. Doze pessoas que fazem do meu sorriso todos os dias sincero. Hoje, sei que não desistir foi a melhor decisão da minha vida. Demorou, mas estou feliz.

Louca por ti

As horas parecem dias quando não estás lá. E, quando estás, nunca os minutos passam tão rápido. Bem que os tento aproveitar, porque sei o quão raro isso pode acontecer, mas cada vez que olho para ti congelo. Não consigo ver mais nada à tua volta, como se só tu existisses. As minhas mãos congelam, o meu coração tanto acelera a mil à hora como pára completamente por segundos. Mas acredito que aproveito. São esses os pontos altos da minha semana. O pior vem depois... Quando te vais embora... Aí os meus olhos seguem-te e contam os teus passos. Não imaginas o quanto eu gostava de ir contigo. Caminhar ao teu lado, só eu e tu. Sonho com o dia em que vais olhar para mim, com esses olhos que me fazem derreter, e dizer "Vem comigo". Percebe que eu ia sem hesitar, que eu te seguiria para qualquer lado. Percebe que cada vez que me olhas nos olhos fazes o meu dia. Percebe que estou completamente louca por ti.

"Não deixem nada por fazer, nem nada por dizer"

Continuo a insistir que as pessoas perdem demasiado tempo com tudo errado. Demasiado tempo com coisas erradas, com pessoas erradas. Sofrem, choram, vivem em constante tristeza e esquecem-se do que têm de bom. Do que a vida tem de bom! Dizem que só lhe damos valor quando o perdemos... A nossa vida pode acabar num segundo. Até pode ser uma frase bastante cliché, mas é a mais pura das verdades. A nossa vida pode acabar num segundo. A vida dos que mais amamos pode acabar num segundo. Agora, ou daqui a dez minutos, dez meses ou dez anos, quem sabe... E se fosse mesmo agora? O que aconteciam às coisas que ficaram por fazer? Às coisas que ficaram por dizer? O que se diz a uma mãe que acabou de perder um filho? Não é suposto... O que se diz a uma criança que acabou de perder os pais inesperadamente? Não é suposto. Mas acontece, todos os dias, a toda a hora. A reunião importante que faltaríamos, o lixo que não ia ser despejado, o café que não íamos beber com a melhor amiga, os miúdos que iam ficar à espera de serem apanhados na escola... Num segundo, não há nada a fazer. Tudo deixa de fazer sentido. E eu aqui, longe de tudo e de todos. Não consigo deixar de pensar na dor que sentiria se perdesse alguém importante agora, longe de mim. Quais teriam sido as minhas últimas palavras? Quando foi a última vez que disse à pessoa que a amava? Será que a última imagem dela de mim foi um sorriso? Tudo fica a divagar na cabeça. E, volto a referir, uma mãe que perde um filho? E um irmão que perde um irmão? E essa dor? Não é suposto. Aproveitem aquilo que têm com quem têm de mais importante, porque amanhã pode ser tarde demais. Da próxima vez que discutires com a tua mãe, ou com qualquer outra pessoa, lembra-te: se fores embora, pode ser a última vez que a vais ver. Não te despeças com más palavras. 
"Não deixem nada por fazer, nem nada por dizer". António Feio

Era porque não estava destinado a ser

Muitas vezes damos demasiada importância a problemas que não afectam a nossa vida em nenhum sentido. Muitas vezes ficamos assustados com o que vai acontecer com o nosso futuro, e esquecemo-nos de que nem o passado nem o futuro importam, apenas o presente. Apesar de todos os problemas, todas as confusões, nunca deixes o teu presente ser abalado. Aliás, a vida é uma só, e não existe passado nem futuro depois de morrermos, só existe o presente. Hoje engoli o choro mais uma vez. Engoli a vontade de gritar para todos. E engoli um pouco da dor também. Mas isso está-se a acumular e acumular dentro de mim, e eu não aguento muito mais. Já pensei em desistir. Já fiz até loucuras para ver se acabava com, pelo menos, um pouco desta dor, mas parece que com o tempo só vai aumentando. Por isso, estou a começar a desconfiar do que me dizem. Dizem que, com o tempo, tudo passa, tudo se cura. Mas não sei até que ponto isso é verdade. Porque, para mim, o tempo vai passando, e dói cada vez mais. Dói, sim. Até dói ouvir certas músicas que me fazem lembrar do que eu mais preciso de esquecer. Mas depois de tudo isto, depois de toda a esta dor, só de ouvir a tua voz, já me sinto bem. Como um remédio santo. Tudo em ti me conquista todos os dias. Tu fascinas-me. Já tenho inúmeras razões pelas quais cada vez mais tenho a certeza que isto tão cedo não vai passar. Quando olho para ti, só penso num "nós" que não existe. Nos olhares que não se cruzam. Nas palavras que não são ditas. Nas mãos que não se tocam. Nos beijos que não são dados. Só consigo pensar que não há outros lábios que eu deseje beijar mais que os teus. Penso em "nós". Pode vir a existir, quem sabe? E, se existir, que o nosso amor dure um montão de anos, tanto quanto a nossa vida durar. Que nós nos conheçamos pelos olhos, saibamos tudo um do outro, mas nunca deixemos de nos surpreender um ao outro todos os dias. Que sejamos eternos adolescentes apaixonados, por aí, escondidos dos pais. Que a nossa cama tenha nos lençóis sempre a marca dos nossos corpos e o calor da noite passada. Que enfrentemos este mundo juntos, e que saibamos que, no fim do dia, esperaremos sempre um pelo outro, com um sorriso de saudade nos lábios e um "eu amo-te" preso na garganta, que ficou um dia inteiro de trabalho à espera de ser dito. E que seja amor e paixão, sempre, juntos. Sempre nós. E se não for, não foi. Era porque não estava destinado a ser.

Daquelas que gostam de gostar dos que não gostam de volta


O que é suposto fazer quando a pessoa que tanto te faz chorar é a única que te pode ajudar? Dói muito gostar de alguém que sei que nunca poderei ter… E pior que isso, é conversar todos os dias com essa pessoa e não poder demonstrar o que realmente sinto. A cada segundo que estou perto de ti, tenho que controlar minha respiração, os meus batimentos cardíacos, o meu estômago que parece estar com borboletas dentro dele… Eu preciso de me controlar para não te olhar nos olhos por muito tempo, com medo de que isso seja o suficiente para perceberes e me evitares. A pior forma de sentir a falta de alguém é estar sentado ao seu lado e saber que nunca a terá. E um pedaço de mim morre, um dia de cada vez. Porque parece que não consigo tirar-te da minha cabeça. Não importa o quanto eu tente. Cada vez que ponho os pés no chão e começo a aceitar que nunca serás meu, que vais ter outra pessoa... Vejo-te sorrir. E tu estragas tudo. Só eu sei o quanto eu queria poder-te abraçar, poder-te beijar, poder-te ver, poder-te tocar, chorar no teu ombro, rir até às três da manhã, ver filmes agarrada a ti, sussurrar-te no ouvido: “Tenho comigo toda a sorte do mundo”, viajar contigo, conversar contigo até não poder mais, andar de mãos dadas contigo, conhecer os teus amigos, conhecer a tua família, morar contigo, dormir na mesma cama que tu dormes… Pois, mas tudo isto não passa de um sonho do que nunca poderei realizar contigo. Querer alguém que não te quer é como tentar voar com uma asa partida. Aparentemente, sou daquelas que gostam de gostar dos que não gostam de volta. Aparentemente, gosto de sofrer por quem pouco mais sabe senão o meu nome. Mas eu sei que, quando menos esperar, voltarei a sorrir, a viver a minha vida sem limitações, tudo fará sentido, e me vou apaixonar por alguém errado, outra vez.

Por vezes forte, às vezes fraco

São dias como o de hoje que me fazem mal. Porque voo alto e caio de ainda mais alto. Já nem consigo escrever. As palavras que me fluem na cabeça não passam disso. Não passam para os dedos. Sinto-me travada, com falta de alguma coisa. Tenho medo, sabes? Tenho medo de me ter apegado tanto à ideia de "ti" que agora estou encurralada e não me consigo largar sozinha. Sinto-me presa nos meus próprios braços. E quando olho para ti minutos seguidos e, de repente e inesperadamente, lá estás tu a olhar para mim. Sim, pode ser coincidência. Sim, pode ter sido apenas de relance. Mas isso magoa-me. Cada olhar que cruzamos, e que para ti não passa de um simples olhar, para mim tem muito significado. Não sei explicar, mas tenho um pico de felicidade cada vez que olhas para mim. E eu sei que tu sabes que eu olho. E que passo todo o meu tempo a olhar-te. A ouvires música, a sentires a música nos teus dedos como se estivesse um piano à tua frente. E, por vezes, parece que fazes de propósito, embora sem mal. Não há nada que torne o meu dia mais brilhante do que passar horas a poder olhar-te. E quando tu te vais embora... Quando tu vais embora, apetece-me chorar. Porque, e cada vez mais, pode ser a última vez que te vejo antes do Verão. O tão esperado e doloroso Verão. Sinceramente, não sei como vou aguentar. Mas eu sou forte, e, quem sabe, até me largo de ti já este Verão. Quem sabe... Mas o pensar que são mais de dois vezes sem te ver uma única vez dá cabo de mim. Pode ser que um dia me olhes com vontade de ver. Por vezes forte, coragem de leão, às vezes fraco, assim é o coração.

Perdida

Já não tenho forças. Já não consigo lutar contra o que é óbvio. Contra o que não tem pernas para andar. Às vezes temos de admitir: nunca vai resultar. Custa, mas é preciso. As minhas forças foram-se deteriorando
 ao longo das semanas. Mesmo que contra a minha vontade. Hoje os nossos olhares cruzaram-se. E, aí, eu tive a certeza. Tive a certeza que "tu e eu" nunca vai resultar. Que nunca vai haver um "nós". Que tudo não passa de uma ilusão, de um possível sonho. Tu sabias. Sabias que eu queria e acreditava. Mais uma razão que me leva a ter a certeza. A possibilidade de um "nós" nunca te passou sequer pela cabeça. Dói, claro que dói. Cada vez que olho para ti, dói. Mas é a lei da vida. Rejeições vêem-se em todo o lado, com toda a gente. Só tenho que aprender a lidar com isso. Hoje fui-me abaixo. Não sei até que ponto me vou conseguir levantar. Só sei que me encontrei apaixonada por alguém que mal conheço. A não saber o que quero nem o que faça. A pedir a mim própria para não chorar. A sorrir cada vez que passas por mim, para disfarçar as lágrimas que querem cair. A parecer feliz cada vez que alguém me olha. A usar como desculpa a poeira para os olhos molhados. E, agora, vejo-me perdida. Deixa-me esquecer-te. Pára de passar por mim a toda a hora com o teu sorriso lindo. Deixa-me ir.

Não custa sonhar, não é?

Vivo todos os dias na esperança de um dia vires a olhar para mim como ele olha para ela. Um olhar doce e preocupado, como um de um pai protector, como o de um irmão defensor, como o de um amante apaixonado. Um olhar com uma intensidade que qualquer um percebe. Um olhar como há poucos. Um olhar que, para existir, precisa que haja amor, preocupação, carinho. Não custa sonhar, não é?  Daria tudo para ser o que os teus olhos mais procuram, como os dele a procuram. Para ser a voz que mais queres ouvir, como ele a dela. Para ser a única razão de estares triste ser eu estar triste. Ou o sorriso que te faz sorrir.
Mas eu não sou ela. E tu não és ele.
Por isso, tenho que viver a realidade, a minha realidade. Eu e tu, pouco mais que conhecidos.
Não sei como é possível, mas gosto de ti. Não sei como, não sei porquê, mas gosto.
Pode ser que um dia encontres todos os meus textos, todas as minhas frases, e saibas que são para ti. Todas para ti. E que venhas ter comigo e me digas.
Pode ser que mude alguma coisa, pode ser que não.
Não custa sonhar, não é?