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Por vezes forte, às vezes fraco

São dias como o de hoje que me fazem mal. Porque voo alto e caio de ainda mais alto. Já nem consigo escrever. As palavras que me fluem na cabeça não passam disso. Não passam para os dedos. Sinto-me travada, com falta de alguma coisa. Tenho medo, sabes? Tenho medo de me ter apegado tanto à ideia de "ti" que agora estou encurralada e não me consigo largar sozinha. Sinto-me presa nos meus próprios braços. E quando olho para ti minutos seguidos e, de repente e inesperadamente, lá estás tu a olhar para mim. Sim, pode ser coincidência. Sim, pode ter sido apenas de relance. Mas isso magoa-me. Cada olhar que cruzamos, e que para ti não passa de um simples olhar, para mim tem muito significado. Não sei explicar, mas tenho um pico de felicidade cada vez que olhas para mim. E eu sei que tu sabes que eu olho. E que passo todo o meu tempo a olhar-te. A ouvires música, a sentires a música nos teus dedos como se estivesse um piano à tua frente. E, por vezes, parece que fazes de propósito, embora sem mal. Não há nada que torne o meu dia mais brilhante do que passar horas a poder olhar-te. E quando tu te vais embora... Quando tu vais embora, apetece-me chorar. Porque, e cada vez mais, pode ser a última vez que te vejo antes do Verão. O tão esperado e doloroso Verão. Sinceramente, não sei como vou aguentar. Mas eu sou forte, e, quem sabe, até me largo de ti já este Verão. Quem sabe... Mas o pensar que são mais de dois vezes sem te ver uma única vez dá cabo de mim. Pode ser que um dia me olhes com vontade de ver. Por vezes forte, coragem de leão, às vezes fraco, assim é o coração.