E eu que pareço uma tola cada vez que te vejo e falas para
mim, que fico contente e ao mesmo tempo frustrada. É evidente o porquê. Ter a tua
atenção torna-me a mais contente das tolas. E quando oiço a tua voz e observo a
tua naturalidade… Isso é inestimável! Faz com que o meu coração pare durante
segundos até voltar a bater. E a frustração vem a partir daí. Vejo a felicidade
tão próxima de mim, mas tão distante do alcance das minhas mãos. Vejo-me perdida
numa prepotência, dependente apenas do tempo. O tempo é o senhor da razão e o
mestre da verdade. O tempo traz a verdade à tona e arruma o desarrumado. Até
esse dia chegar, eu continuo a sobreviver do teu sorriso, o mais forte dos meus
vícios, aquele que me dá vontade de pedir pelo dia de amanhã quando o de hoje
chega ao fim; e da tua voz, o mais belo som que posso ouvir, e que nunca é mal
recebido no meu coração. O único som que me faria sorrir no fim de uma derrota
do Benfica. O que é suposto eu fazer quando és o meu primeiro e último
pensamento de cada dia? Quando todo o meu corpo estremece cada vez que os
nossos olhares se cruzam? É suposto fazer tudo, mas eu não consigo fazer nada.
Vivo todos os dias com a esperança que um dia vais olhar para mim, com os teus
lindos olhos a brilhar, e dizer-me: “Eu também. O que andaste a fazer durante toda a minha vida?”. E eu vou sorrir, beijar-te a testa e responder "À espera deste momento". Mas, por enquanto, eu espero...
