Um dia, um dia incerto e ao calhas, vou-te voltar
a pedir. Vou pedir-te que me abraces. Abraces como fazias. Como me fazias
sentir a mulher mais poderosa do mundo. Que nada me ia fazer estremecer, que eu
era imbatível. Era inconcebível o poder do teu abraço. Era inconcebível a
coragem e ousadia que me convencias ter. A audácia de superar tudo e todos sem
qualquer receio. Tenho saudades. Seja por dois ou por dez segundos, só desejo
um abraço teu. O poder do abraço certo é capaz de subir montanhas e trespassar
tempestades. Toda a gente precisa de um de vez em quando. Às vezes dou por mim
sozinha, fraca e nostálgica. E sei que faltas tu. Faltam as tuas palavras, o
teu toque, o teu abraço. Já há muito que faltam e há muito que aprendi a viver
sem eles. Não é fácil saber que a tua instabilidade em compromissos me impede
de me querer aproximar de ti, mesmo sendo tu das melhores coisas que me pode
acontecer. Porém, a minha realidade sabe que és também das piores. Apesar de
todas as tentativas, ambos sabemos que não resultamos a longo prazo. Somos
incompatíveis. Já tentámos. Várias vezes. Embora não seja mimada, eu preciso dos meus momentos de atenção.
E tu não mos consegues dar, não corre na tuas veias. E eu sou a primeira a
admitir que não resultamos e a afastar-me. Mas esses abraços…
