É difícil quando vêm aqueles momentos em que falhamos. Quando
damos o nosso melhor, mas mesmo assim não chegou e vacilamos. Só aí podemos ver
quem realmente se importa com a desilusão com que estamos a lidar e o quão imensa
a nossa força de superar tudo isso é. No entanto, lutámos. Lutámos,
esforçámo-nos e caímos. O que importa se caímos? O que importa isso? O que
importa isso quando somos fortes o suficiente para nos levantar e tentar
novamente mesmo depois de uma derrota? É aí que vemos de que é feita a nossa
garra e ambição, o nosso querer ir mais longe do que pensamos ser o nosso
limite. Não é fácil admitir que trememos de vez em quando. Mas é mil vezes
preferível admitir tremer durante a luta do que pensar em nem sequer lutar. Só não
luta quem tem o que quer de mãos beijadas. Todos os outros têm de o fazer para
conseguir algo de maior valor. E serão todos esses, sem sombra de dúvida, os
primeiros a aguentarem-se de pé quando tudo o resto os mandar abaixo. E porquê?
Porque estão habituados a cair. E, com cada queda, tornam-se um pedacinho mais
fortes. Podem oscilar entretanto, mas no final da caminhada, já nada os deitará
abaixo. Eu sou um pouco como o Benfica. Uns reconhecem todo o meu valor. Outros
julgam-me pelos momentos menos bons. Já nasci grande e assim vou morrer. Tenho
em mim todas as glórias vividas, todos os sorrisos e todas as lágrimas alguma
vez derramadas. Posso cair. Mas ainda há-de vir o dia em que alguém me vê no
chão sem combater ou sem ajuda para me levantar. Quando quiseres apontar-me o
dedo, olha para cima, porque nunca me hás-de encontrar no chão. Tal como o
Benfica, tenho todos esses momentos ruins, mas no fundo, sou uma digna, natural
e inteira campeã.
